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domingo, 14 de outubro de 2012

Esquisofrenia

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Pensei em compartilhar esse texto, que produzi para obter nota do módulo do meu curso de Psicanálise.


ASS. INTERCONTINETAL DE PSICANÁLISE CLÍNICA - AIPC
PSICANÁLISE  CLÍNICA
  I

    
ESQUIZOFRENIA



POR
TAISMARA DE OLIVEIRA




RESUMO

A personalidade consiste em todas as características organizadas que definem um indivíduo, e é classificada como patológica, quando ocorre a perda de contato com a realidade.
Estamos incluindo neste conceito todas as percepções, motivações, traços, hábitos, condicionamentos, valores, padrões de comportamento, o temperamento, as crenças e expectativas do sujeito.
A esquizofrenia é uma doença mental onde, a pessoa perde o sentido de realidade, ficando incapaz de distinguir a experiência real da imaginária. O curso desta doença é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da personalidade do indivíduo. As abordagens psico-sociais são importantes para diminuir as recaídas e promover o ajustamento social dos portadores da doença.


PALAVRAS-CHAVE: Esquizofrenia, Psicoses, Psicopatias, Neuroses, Insanidade

Abstract

The personality consists of all organized characteristics that define an individual, and is classified as pathological when there is loss of contact with reality.
We are including this concept all perceptions, motivations, traits, habits, conditions,values
​​, behavior patterns, temperament, beliefs and expectations of the subject.
Schizophrenia is a mental illness where the person loses the sense of reality, beingunable todistinguish the real from the imaginary experience. The disease is alwayschronic marked tendency to deterioration of the personality of the individual. Thepsycho-social approaches are important to reduce relapses and promote social adjustment of patients with the disease.

INTRODUÇÃO

A Psicanálise foi criada pelo Austríaco Sigmund Freud, que por volta da passagem do século, em Viena, começou a expor suas teorias do inconsciente.
As grandes controvérsias sobre os métodos e teorias de Freud não obscurecem o fato de que ele muito contribuiu para a nossa melhor compreensão dos processos mentais.
Suas técnicas de exploração do subconsciente, e o seu conceito dinâmico do psiquismo, servem de base à maioria dos tratamentos de psiconeuroses, dando grande prestígio á reeducação como um meio de restabelecer a saúde mental.
A personalidade é o resultado da interação entre o ambiente e hereditariedade, um fornece ao outro, tanto potencialidades como limites, e a fronteira entre o normal e o anormal é extremamente tênue. E, além disso, o conceito de normalidade e anormalidade é bastante relativo. Entretanto, de um modo geral, aceita-se, como anormalidade, uma condição que impede o indivíduo de funcionar efetivamente em sua sociedade.



OBJETIVOS

Na esquizofrenia, é raro o indivíduo ter consciência de que está realmente doente o que torna, difícil a adesão ao tratamento. Um dos maiores medos que a pessoa com esquizofrenia sente é o de ser estigmatizada por preconceitos sociais relativamente à sua doença, especialmente a idéia de que a pessoa é violenta, intrinsecamente perigosa, idéia essa que estudos recentes põem completamente de parte, mostrando que a incidência de comportamento violento nestes doentes e na população em geral é idêntico, se não mesmo inferior.
É bastante útil que o paciente tenha conhecimentos sobre os sintomas e os possíveis sofrimentos ao longo da vida, e que possa ter um papel ativo no seu tratamento e controle sobre o seu estado.
O papel da família é essencial para o tratamento, reabilitação e reinserção social do seu familiar que sofre de esquizofrenia. Muitas famílias procuram o apoio junto aos técnicos de saúde, permitindo assim que estas superem e sobrevivam às dificuldades que encontram. No entanto, há aquelas que não o fazem, levando ao seu adoecimento, ou seja, não conseguem lidar com as crises, conduzindo à sua desestruturação ou destruição.
A família deve estar preparada para o fato do doente, poder ter, recaídas ao longo do tempo, o que pode conduzir a um possível internamento hospitalar. É bastante importante o apoio da família ao doente durante o tempo da sua permanência no hospital, através de reforço positivo, comunicação, visitas, mostrar interesse em saber como vai, e a evolução da sua doença.
Em suma, o impacto que uma pessoa com esquizofrenia tem na família, e a forma como esta se adapta face à situação, depende da singularidade de cada um dos seus membros, mas também da forma como a doença surge (insidiosa ou abrupta), o seu curso, a suas conseqüências, no sentido de haver risco de morte ameaçada ou não (fase de crise à fase crônica), e ao grau de incapacidade gerado. Todos estes fatores têm de ser vistos numa perspectiva psico-social e não isoladamente.




DESENVOLVIMENTO

A esquizofrenia é uma doença mental que se caracteriza por uma desorganização ampla dos processos mentais. É um quadro complexo apresentando sinais e sintomas na área do pensamento, percepção e emoções, causando marcados prejuízos ocupacionais, na vida de relações interpessoais e familiares. Manifesta em crises agudas com sintomatologia intensa, intercaladas com períodos de remissão, quando há um abrandamento de sintomas, restando alguns deles em menor intensidade.
O curso desta doença é sempre crônico com marcada tendência à deterioração da personalidade do indivíduo.
Ainda não se conhece nenhum fator específico causador da Esquizofrenia. Há, no entanto, evidências de que seria decorrente de uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais que contribuiriam em diferentes graus para o aparecimento e desenvolvimento da doença.
O indivíduo crê em idéias falsas, irracionais ou sem lógica. Em geral são temas de perseguição, percebe estímulos que em realidade não existem, como ouvir vozes ou pensamentos, enxergar pessoas ou vultos, podendo ser bastante assustador para o paciente.
O esquizofrênico fala de maneira ilógica e desconexa, demonstrando uma incapacidade de organizar o pensamento em uma seqüência lógica, tem um "afeto inadequado ou embotado", ou seja, uma dificuldade de demonstrar a emoção que está sentindo. Não consegue demonstrar se está alegre ou triste, por exemplo, tendo dificuldade de modular o afeto de acordo com o contexto, mostrando-se indiferente a diversas situações do cotidiano.
Podem ser impulsivos, agitados ou retraídos, muitas vezes apresentando risco de suicídio ou agressão, além de exposição moral, como por exemplo, falar sozinho em voz alta ou andar sem roupa em público.
Os medicamentos usados no tratamento para a esquizofrenia atuam diminuindo os sintomas (alucinações e delírios), procurando restabelecer o contato do paciente com a realidade; entretanto, não restabelecem completamente o paciente.
As abordagens psico-sociais, como acompanhamento psicoterápico, terapia ocupacional e familiar são também muito importantes para diminuir as recaídas e promover o ajustamento social dos portadores da doença. É muito complicado chegar ao diagnóstico de esquizofrenia, especialmente na fase precoce da doença, porque a característica fundamental desta perturbação é a variabilidade da tipologia dos sintomas e da sua evolução.
A esquizofrenia afeta cerca de 1% das pessoas em todo o mundo. Ela ocorre igualmente em homens e mulheres, mas nas mulheres a esquizofrenia tende a começar mais tarde e ser mais branda.
 A esquizofrenia Paranóide, é o tipo mais comum e também o que responde melhor ao tratamento. Diz-se, por causa disso, que tem prognóstico melhor. O paciente que sofre esta condição pode pensar que o mundo inteiro o persegue que as pessoas falam mal dele, têm inveja, ridicularizam-no, pensam mal dele, tem inveja, elas têm intenções de fazer-lhe mal, de prejudicá-lo, de matá-lo, etc. Trata-se dos delírios de perseguição.
A esquizofrenia Hebefrênica, ou desorganizada, incluem pacientes que têm problemas de concentração, pouca coerência de pensamento, pobreza do raciocínio, discurso infantil. Às vezes, fazem comentários fora do contexto e se desviam totalmente do tema da conversação. Expressam uma falta de emoção ou emoções pouco apropriadas, rindo-se a gargalhadas em ocasiões solenes, rompendo a chorar por nenhuma razão em particular.
A esquizofrenia Catatônica, é o tipo menos frequente, apresenta como característica, transtornos psicomotores, tornando difícil ou impossível ao paciente mover-se. Talvez passe horas sentado na mesma posição. A falta da fala também é freqüente neste grupo, assim como alguma atividade física sem propósito.
A esquizofrenia Residual se refere a uma esquizofrenia que já tem muitos anos, e com muitas seqüelas. O prejuízo que existe na personalidade desses pacientes já não depende mais dos surtos agudos.
A esquizofrenia Simples também é pouco frequente, aparece lentamente, normalmente começa na adolescência com emoções irregulares ou pouco apropriadas, pode ser seguida de um paulatino isolamento social, perda de amigos, poucas relações reais com a família e mudança de caráter, passando de sociável a anti-social e terminando em depressão. Nesta forma da esquizofrenia não se observam muitos surtos agudos. 
A esquizofrenia Indiferenciada é diagnosticada para pacientes que não se podem enquadram em nenhum dos grupos mencionados anteriormente.

CONCLUSÃO

É muito complicado chegar ao diagnóstico de esquizofrenia, especialmente na fase precoce da doença, porque a característica fundamental desta perturbação é a variabilidade da tipologia dos sintomas e da sua evolução.
De fato, não existem sintomas característicos e definidos para todos os doentes, mas sim uma associação recorrente dos sintomas.
Além disso, o indivíduo que sofre desta doença sempre manifesta todos os aspectos da mesma, ainda que, de modo constante, sejam afetado o pensamento, o comportamento e a emoção. É importante conhecer a personalidade pré-morbita do doente e pesquisar a presença de acontecimentos particularmente estressantes, como o primeiro emprego ou serviço militar, que possam ter desencadeado uma situação que já estava biologicamente determinada desde o nascimento.
A esquizofrenia é um transtorno mental crônico, isto é, precisa de tratamento por tempo indeterminado. Geralmente as crises ocorrem porque a pessoa abandona os tratamentos, por isso seguir os tratamentos, é fundamental.



REFERÊNCIAS



Ana Cristina Chavês. Primeiro episódio psicótico: uma janela de oportunidade
para tratamento?. Rev. Psiq. Clín. 34, supl 2. 2007
Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/s2/pdf/174.pdf. 15-06-2008
 


Tripicchio, Adalberto. Psicofarmacologia V – Neurolépticos Convencionais


ESQUIZOFRENIA E OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS
ªDepartamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), bPrograma de Residência em Psiquiatra da UFPEL,cDepartamento de Psiquiatria, Unifesp/EPM
Data de Publicação : 01/11/2001 - Revisão : 05/01/2010 - Acesso : 10/12/2011 

Kaplan, H.; Sadock, B. Compendio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

Roudinesco, E. Por que a Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000. 

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